Empresários vão atrás de alternativas para um dos setores mais afetados pela pandemia. São R$ 90 bilhões de prejuízos e mais de 20 mil empresas fechadas
As celebrações são parte da cultura festiva do brasileiro, uma paixão nacional que movimentava mais de bilhões no país até 2019. O principal ponto é, ao mesmo tempo, positivo e negativo neste período: a reunião de muitas pessoas, que celebram com comidas, bebidas e músicas. Como já é sabido, aglomerações, sem uso de máscara e sem distanciamento adequados são os principais vetores de contaminação da COVID-19.
Daí a explicação para o veto às folias. Entretanto, por trás de toda distração há uma equipe que vive de promover esses momentos. Sem o trabalho, como estão sobrevivendo agora? O setor é um guarda-chuva para mais de 20 atividades. Entre os envolvidos estão profissionais de organização e logística, gastronomia, locação de materiais, papelaria e presentes, beleza, audiovisual, trajes, entre outros.
Muitos deles precisaram migrar da profissão, para não ir à falência e conseguir sustento em meio à pandemia.
Nem todos tiveram as mesmas oportunidades, segundo a Associação Brasileira de Eventos (Abrafesta). Em levantamento feito com 700 empresas da Região Metropolitana de Belo Horizonte, uma média de 16% delas faliu e 5.500 profissionais perderam emprego do ano passado para cá.
A Abrafesta informa que, em geral, o setor movimentava anualmente R$ 250 bilhões em eventos coorporativos e outros R$ 17 bilhões em eventos sociais. No país, a queda de faturamento chega aos 98% e preocupa os empresários do ramo.
Os que seguem ativos estão trabalhando com a organização de eventos remotos, como as lives de todo tipo. As transmissões musicais foram bastante requisitadas logo no início da pandemia e serviram de entretenimento para muita gente que permaneceu em casa. Com o tempo, porém, as pessoas foram perdendo o pique, e a audiência não se manteve tão alta.
Um dos empresários que experimentou a frustação com a produção de lives foi Otacílio Mesquita, dono de uma das maiores produtoras de evento de BH, a OTM Produções.
Festas de grande porte eram realizadas pela empresa, que está completamente parada desde o carnaval de 2020. Alguns parceiros da OTM produziram transmissões ao vivo, não tiveram bom retorno e Otacílio optou por não entrar nesse campo.
“Trabalhamos com eventos e estamos torcendo para voltar de forma consistente. Acreditamos que o público esteja sentindo falta. Até o fim de 2021 e início de 2022 há esperança de voltar”, acredita o empresário.
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